segunda-feira, 29 de abril de 2013

Por um mundo mais (verdadeiramente) Child-Friendly!!




O conceito anda na moda. Diversos restaurantes, hotéis, resorts e até cidades inteiras se estruturam para receber melhor as famílias com crianças, da melhor forma possível.

"Child-Friendly" significa, em bom português, "simpáticos às crianças". São ambientes onde seus filhos não serão recebidos com muxoxos, não se sentirão estrangeiros em uma terra de gigantes, onde a mesa é alta demais, a comida, esquisita demais, as brincadeiras precisam ser inventadas e nunca são bem recebidas.

Não me entendam mal: eu simplesmente AMO a ideia. Adoro ambientes Child-Friendly. É muito bom ver seu filho ser recebido com um sorriso do maître, sentar em uma cadeira adequada e receber atividades para distrair-se enquanto sua refeição especial não vem. Papinhas no Menu, refeições na porção certa, locais para a criança brincar enquanto espera a refeição ou a conta.
Banheiro adaptado para crianças - é o que há!

É um mundo enorme que se abre. Além dos restaurantes, hotéis oferecem brinquedotecas, berços nos quartos, baby-sitters e até "copas do bebê", ambientes equipados com geladeira, fogão, microondas e pia para preparação de fórmulas ou papinhas.

Local infantil de uma livraria em Gramado. As crianças, comportadas e compenetradas...
Mesinha de desenhos em café em pleno shopping de Caxias do Sul.
A refeição infantil veio com carinha feliz!
Copa do Bebê e Brinquedoteca do Hotel Villa Bella em Gramado: Baby Sitter, Vídeo Game, piscina de bolinhas, berços e camas.

Deveriam estar em todos os aeroportos! Infelizmente, a Infraero parece não pensar assim...

Atualmente, diversos eventos tipicamente "adultos" são realizados especificamente para serem frequentados por pais com filhos. Assim é o CineMaterna, com sessões de cinema gratuitas para gestantes e mães com filhos até 18 meses, com luz suave, volume reduzido e trocador; o Sambebê, que promove shows em ambientes especialmente montados para inclusão de crianças e bebês, com som mais baixo, brinquedos e tapetes especiais; o Barulhinho do Bem, em Porto Alegre, que faz happy hours musicais com boa música adulta em som adequado às crianças, ambiente lúdico e alimentação especial para os pequenos. Cada iniciativa dessa me comove, me alegra - pois não é porque dois adultos têm filhos e decidem estar com eles em suas horas vagas disponíveis que não sentem também vontade de interagir com outros adultos, ouvir boa música, ver um bom filme.

Com o fim da era das "babás em tempo integral", esses ambientes devem ser cada vez mais bem vindos.

Por outro lado, toda essa inclusão também gera alguns narizes torcidos. Em NY, alguns bares que servem "a cervejinha do fim de tarde" abriram seus ambientes para pessoas com filhos e criaram a polêmica, como nos contou no início do ano o blog "Have a Nice Beer". Desde que li esta postagem, em especial, algo vem me incomodando...

Sempre odiei as piadinhas onde os "paladinos da justiça para os filhos alheios" insinuam que nós, mães, colocamos nossos filhos em situações que os igualam aos cachorros quando os colocamos em cintos de retenção (de coleira não tem nada, pois não está amarrado no pescoço da criança... Ou quando você faz RAPEL, coloca a coleira na cintura para não cair...?), ou quando os "treinamos" para o desfralde e para que se comportem de determinada forma...

Apesar de achar que cachorros devem ser MUITO bem tratados, e de ignorar sem dó esse tipo de insinuação, me perguntei, dentro do contexto, se esses ambientes "Child-Friendly" não poderiam ser mal interpretados como se "seres humanos adultos" estivessem "permitindo" que crianças acessem os ambientes pré-selecionados? Como os ambientes "Pet-Friendly"?

Apesar de saber que os ambientes "Child-Friendly" se vendem assim apenas para oferecer o conforto extra aos pais com filhos, e nem de longe desejar desmotivá-los a assim proceder, o movimento de inclusão gerou a contrapartida: deixou outros ambientes à vontade para se permitirem ser "Child-Unfriendly"! REALLY!

:O

Créditos: www.sodahead.com

Excluídos os ambientes que verdadeiramente não possam ser frequentados por crianças, porque são inadequados ao seu desenvolvimento, não vejo porque TODOS os demais ambientes não se prestam a receber crianças. São seres humanos, consomem, vivem em sociedade, e necessitam da interação social para se desenvolverem! Ou não é o que diz a nossa Constituição Federal?

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Mais uma vez, não vamos desvalorizar os ambientes receptivos às famílias: eles são os bons moços. Estão fazendo o certo, e o melhor, lucrando com isso. Ao custo de um trocador, alguns cadeirões, um prato servido em menor porção, alguns gizes de cera, papel e um sorriso amigável.

O outro lado, todavia, os ambientes "proibidos para crianças", mandam as crianças para "debaixo do banco", juntas ao "cachorro e ao tamanco", como dizia o antigo ditado. Agora, sim, caros "paladinos da justiça para os filhos alheios", e não ao pormos em nossos filhos o dispositivo de segurança, as crianças estão sendo tratadas como pets!

As justificativas são belas: pretendemos criar um ambiente romântico aos hóspedes, não estamos adaptados à receber crianças... Hotéis, restaurantes, todos com a placa virtual em riste: NO PETS/NO CHILDREN.

Quando eu era criança, li um livro infantil sobre o Apartheid. Falava sobre um garoto brasileiro negro que ganhava uma viagem para a África do Sul, e era então informado sobre os ônibus divididos ao meio, bancos de praça divididos e estabelecimentos divididos. Choquei. Pensei: "como eles podem achar isso normal?". Toda segregação começa com um sofisma. Uma explicação distorcida, mas persuasiva e com aparentes boas intenções. Porque não justificar o Apartheid argumentando que os negros "se sentiriam mais a vontade" em um ambiente só seu..? É assim que começa a intolerância.

Gostei muito do que disse a Loisiana, citada pela Lola do blog "Escreva Lola Escreva". Será que o próximo passo será proibir-se idosos em determinados locais, para manter o ambiente mais "fresquinho"? Assim como os filhos dela, os meus são super comportados. Têm seus maus momentos, mas normalmente os contornamos rapidamente.

Meus filhos nunca fizeram confusão aos berros para não colocar a poltrona na posição vertical, como vi um adulto sem filhos fazer; nunca tiraram os sapatos com chulé durante o voo, o que infelizmente, vi fazer um outro ser supostamente crescido. As suas fraldas sempre foram trocadas no banheiro, e nunca incomodaram os outros passageiros. Heitor ouve seu DVD com fones apropriados, ou sem o áudio; come quietinho, não corre pelo restaurante; não conversa alto atrapalhando as outras mesas, não fala alto no celular, não joga água nos outros quando está na piscina. Meus filhos não jogam lixo no chão e mesmo jogando alguma comida no chão, têm uma mãe que cata seus restos com um lencinho umedecido.

Apesar de ainda estarem aprendendo, muitas crianças encontram-se em estágio de desenvolvimento muito mais avançado do que diversos adultos que conheço.

Acho que ficou claro: há crianças e adultos inconvenientes e mal educados. Infelizmente, até certos limites, teremos que tolerá-los em lugares públicos. É assim que valorizamos o direito fundamental à liberdade no nosso país.

Meus filhos foram concebidos em meio a muito romance. Ao lado deles, todos ficamos amorosos, porque eles despertam amor. Só consigo pensar que olhar para meus bonecos deixariam muitos casais com vontade de correr para seus quartos... Para treinar. Quem sabe com muito romance e amor consigam fazer meninos tão inspiradores...!

Citarei um trecho do post no Escreva Lola Escreva que diz exatamente o que senti:

"Vejo que a PEDOFOBIA vem crescendo muito e fico bastante assustada. Afinal, a pedofobia deve ser tão combatida como qualquer outro tipo de intolerância. (...) Crianças são aprendizes da vida... Puxa! Quem é que não tolera alguém que ainda está aprendendo a conviver?"

Crianças, como diz a nossa Constituição Federal, necessitam da convivência comunitária para se desenvolver. Crianças têm DIREITO a serem tratadas com dignidade, a não serem discriminadas. Crianças têm "a condição peculiar" de "pessoas em desenvolvimento". Têm garantidos "por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade", diz o Estatuto da Criança e do Adolescente Brasileiro.

Desenvolver-se implica em passear, andar por vias públicas, ir ao supermercado, ver adultos de todos os gêneros e personalidades, assistir a vida passando, os carros passando; atravessar a faixa de pedestres e aprender a olhar para os dois lados, descobrir que a mãe dá ao padeiro o "papel-dinheiro" em troca do pão. Significa aprender a pegar com o garfo, saber sentar-se à mesa, pedir com educação sua refeição ao garçom. Para se desenvolver, a criança necessita conhecer outros lugares, culturas, línguas.

A criança pode ser retida por um cinto atado a seu corpo para que não sofra acidentes até que se desenvolva o suficiente para compreender as regras do trânsito; mas não pode ser barrada em um local onde não há conteúdo impróprio para seu desenvolvimento, SOB QUALQUER PRETEXTO. Que se doam os infelizes com sua alegria, sua inexperiência no trato social e sua sinceridade cortante; os angustiados com a sua capacidade de fazer da cadeira giratória um motivo para girar; aqueles que se esqueceram que um dia também foram crianças.

Apenas para anuviar os meus ânimos, que, admito, estão exaltados, e deixar o texto mais soft... Sempre policiei o tom de voz do Heitor quando a sua felicidade é extrema. Ele grita empolgado na frente da TV, e eu digo: "fale mais baixo, filho, não acorde seu irmão"...

Hoje eu e o pai dele conversávamos, cada um em um cômodo, em altas vozes, quando de repente ouvimos o indignado  rapaz no meio da sala dizer: "Mamãe, Papai, fala baaaixo!!"

Hotéis "românticos", restaurantes "adultos"... Azar o de vocês. Perderam um cliente exemplar. Boa sorte com sua clientela "gente grande"!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Diminuindo a bagagem!

Otimizando o espaço da mala em viagens com crianças...




A minha intenção era alternar postagens sem dicas com postagens com dicas, mas fiquei tempo demais longe do blog e acumulei tantas fotos de "ideias para postagens" que meu ICloud lotou! Então excepcionalmente vou fazer um post de dicas como fotos de novo, para "desobstruir" a memória do meu IPhone... :D

Eu já perdi a conta de quantas postagens fiz sobre viagens de avião com crianças, e ainda pretendo fazer mais uma sobre as nossas últimas viagens com DOIS (apenas estou esperando passar a tremedeira do stress da última viagem, fazer mais uma viagem "destraumatizadora", e de repente contar como tem sido...). Mas pesquisando as postagens de blogs que costumo ler, vi coisas excelentes sobre a mala das crianças, sugerindo coisas que faço, com ideias que não sabia (e vou aderir), listas e outras coisas excelentes. Para não repetir o que já foi escrito, vou me referir a eles, pois achei todos os cinco artigos excelentes:

1) No Blog "Nasci pra ser Mãe": Viagem com criança - Parte I -- A MALA.
2) No Blog "Mãe Perfeita": Viajando com crianças. Parte I - A mala.
4) No site "Bebê.com.br": Como arrumar a mala de viagem da criança.

Como há bastante informação boa na rede sobre a mala em si, decidi então falar sobre o segundo problema que ocorre logo depois que separamos todos os itens e arrumamos a mala: como diminuir aquela pilha de sacolas e não pagar excesso de bagagem (ou transbordar o porta-malas)...

Atualmente, temos os nossos 23 kg de cota e os 23 kg de Heitor - 69 kg no total. O Ben, até os dois anos, tem direito a levar um carrinho de bebê OU um bebê conforto, apenas (sempre escolhemos aquele que está mais leve).

O primeiro item necessário para otimizar a sua bagagem é esse aqui:
Pequena balança portátil para pesar malas

Com ela, você terá noção do peso de cada item; descobrirá, por exemplo, se o carrinho do seu bebê está na cota da companhia aérea (a maioria limita o carrinho do bebê em 10 kg, e cobra o que passar).

Comece pesando as malas SEM os itens dentro... Isso é importante, pois você pode preferir mudar aqueles itens de mala para "economizar" alguns quilos! Também pode usar uma mala grande ao invés de duas pequenas... Aproveite e pese itens essenciais para crianças como carrinhos, bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação, o berço portátil (antes de levar esse item, pergunte ao hotel se não disponibiliza um, verifique se o local de destino não tem alguma loja que os aluga, ou pense se não dá para fazer cama compartilhada apenas durante a viagem! Os berços de viagem desmontáveis pesam bastante (ente 10 e 15 kg) e afetam bastante a bagagem.

De balança em punho, tendo lido os excelentes textos recomendados sobre o que levar, agora é hora de otimizar e levar o máximo de coisas com o mínimo de peso!

1. Separando e analisando os itens - a lista.

 Sabe aquela lista que você começa a fazer uma semana antes da viagem (se não faz isso, devia fazer) sobre o que vai levar e em que mala? Não diminua ela até separar todos os itens. Separe cada "pilha" em seu cômodo respectivo, e olhe para os itens antes de colocá-los na mala. Visualizar a mala antes de montá-la dá uma ideia se realmente é necessário cortar coisas ou não. As vezes pode ser interessante preencher espaços vazios com itens que serão consumidos (como fraldas, por exemplo), pois esse espaço pode ser preenchido na volta com compras e coisas extras.

A mamadeira do voo deve estar esterilizada e cheia de água, já filtrada e fervida. Assim como os suquinhos de caixinha, vão em saquinhos de congelamento bem lacrados. Uma mamadeira extra está esterilizada e vazia, em um ziploc, para emergências, fora da mala do bebê, mas na bagagem de mão. Duas doses de leite vão separadas na bagagem de mão e uma ou duas na bagagem, para a chegada (essa quantidade depende do quanto seu bebê mama). Observe que a escolha do pote para pôr o leite em pó é importante: quanto mais estreito, mais fácil de armazenar! Chupetas esterilizadas, lanchinhos lacrados, copo para água e copo para o leite noturno. Convém levar a escova de mamadeiras, assim como uma esponja macia pequena (eu uso uma de maquiagem, pequena mesmo!) e um pequeno pedacinho de sabão de côco, para lavar os itens no destino, caso não seja fácil de encontrar por lá na chegada.



Esse pote de silicone dobrável, Comprado na PB Kids, serve para despejar as papinhas - no meu caso, a preferida é a Nestlé! Levo o suficiente para 3 dias, caso não consiga deixar compradas no local de destino. Acrescente, caso seu filho tenha entre 6 meses e 1 ano, uma colher, a preferida dele. O saco da Munchkin para esterilizar pode ser usado até 20 vezes, esteriliza uma mamadeira grande e algumas chupetas por vez, em microondas, por 90 segundos. E não ocupa absolutamente NENHUM espaço. Comprado no site Expressinho do Bebê.
Fita crepe é a melhor amiga das mães em viagens! Servem para marcar objetos e lacrar líquidos. Não precisa levar, eu normalmente enrolo um pedaço grande em uma caneta! :)

Diminua as quantidades, usando potes menores, vendidos em farmácia. Prefira os que usem rosca na tampa e seja BEM lacrado, mas ainda assim, passe a fita crepe nas frestas e buracos. Se ainda achar inseguro, coloque nos saquinhos de congelamento.

Eu sempre prefiro fazer uma lista à parte, incluindo o que pode ser achado no destino. Se você é superprecavida como eu, pode acessar um site de supermercado ou farmácia e mandar entregar fraldas, lenços e cotonetes no destino. Caso seja um hotel, convém dar uma ligadinha antes e confirmar se eles podem guardar para você.

Outra opção superprevenida é pesquisar no Google Maps supermercados e farmácias próximas ao local de destino - mas lembre-se, você pode não achar a marca que prefere do produto. Assim, se seu filho só usa determinado tipo de lencinho ou leite, leve uma quantidade maior, por precaução...

Se o destino é casa de parentes, e alguém lá tiver disponibilidade, peça que compre as coisas de consumo como fraldas e lenços, assim você já viaja tranquila!

Se tiver potes menores para pequenas quantidades, leve um pouco de sabonete líquidona mala de mão para imprevistos, cancelamentos etc. O que nos leva ao item 2.

2. Diminua as embalagens e quantidades.

Parece pouca coisa, mas faz toda a diferença. Depois de ter olhado a sua bagagem de cima, e constatado que ela tem coisas demais (quem viaja com filhos sempre chega nesse estágio), diminuir o frasco do shampoo é algo a se considerar.

Compre potes menores, ou reaproveite potinhos vazios, de preferência com tampas estilo rosca. Leve o suficiente para o tempo que você acredita precisar até encontrar um local para comprar aquilo que irá consumir - é uma questão de cálculo simples, o valor do excesso de bagagem é superior ao valor perdido em meio vidro de shampoo jogado fora. Dá pena, mas não faz sentido arriscar. Se for o caso, doe para uma mãe do destino e faça uma boa ação!

Sabe seus amigos médicos? Eles tem algo valioso para mães: amostras grátis! A minha pediatra deu amostra grátis da vitamina do Heitor (que só encontro aqui), um potinho pequeno e valioso; meu pai me deu as amostras do Episol e de Andolba. Peça ao seu médico ou amigo que fique atento em uma amostra assim, que seja útil em viagens, e otimize a sua farmacinha! Também fique de olho em miniaturas durante suas idas às farmácias, principalmente em viagens para o exterior, onde é comum o "travel size".

Fraldas e cuecas para as crianças: como nosso voo tem conexão, e cancelamentos acontecem no percurso, sempre levamos o suficiente para três dias.
Acredite: tudo que está nas duas primeiras fotos, inclusive a farmacinha azul - que já foi um item bem portátil que compramos em viagem - está dentro da necessaire verde da última foto! O segredo é diminuir as quantidades e tamanhos, usando amostras grátis (na foto, amostras de filtro solar, de Andolba, de medicações) ou miniaturas compradas (os vidrinhos da Johnson's e do gel dental). Caso não encontre, procure vidrinhos apropriados e encha apenas com o que vai precisar (na foto, o vidro verde contém perfume).


Essa miniatura (são três envelopinhos) eu preciso recomendar especialmente: é um detergente para lavar roupas de bebê na pia. Deixei a calça suja de cocô na água com o detergente, fui almoçar e quando voltei para esfregar, não tinha mais mancha! Um espetáculo, e ele nem serve para molho ou tirar manchas...
Cuidado com a farmacinha! A tentação de enchê-la de medicamentos é grande. Lembre-se, no local de destino provavelmente tem uma farmácia! Leve aquilo que é difícil de achar (no nosso caso, as vitaminas e o Lansinoh) e os medicamentos corriqueiros, como remédios de febre, dor, gases, enjoo, ou algum que a criança esteja usando no momento. Caso esteja viajando para o exterior, converse com a pediatra sobre levar antibióticos ou outras medicações difíceis de encontrar. Deixe essa avaliação para o médico.

 

3. A mala de mão: o essencial e o eventual...

Se seu voo é longo, não adianta: sua mala de mão será proporcional. Se seu voo é curto, todavia, ela será apenas um pouco menor... Viajar com crianças é previnir situações mil, e para isso, tenha em mãos tudo que poderá precisar.

Eu levo um trocador separado, daquele modelo com bolsos, para que não seja necessário "catar" na mala cada item na hora de levar a criança para o fundo do avião - nem levar a mala inteira para lá! Nesse trocador, já estão saquinhos para fralda suja, lenços umedecidos, pote "travel size" de Cetaphil (o Heitor usa essa loção de limpeza por recomendação médica em caso de assaduras, então já levo no trocador), pomada Cetrilan (leve a melhor, a que "cura" a assadura do seu filho, não só aquela que previne...), e duas fraldas, uma para cada um deles. O Heitor ainda está em processo de desfralde, então ainda não usamos cuequinha no voo.

As companhias aéreas normalmente limitam a mala de mão em tamanho e peso: claro que essa mala que eu apresento nem sempre obedece os limites... Meu "truque" para "permitir" que os funcionários "possam ser bonzinhos" comigo sem serem culpados disso é deixar a mala de mão no carro ou com outra pessoa durante o check-in. Normalmente levamos uma mala pequena, com itens eletrônicos, coisas para a primeira noite ou necessárias em caso de cancelamento ou emergências (é importante ter uma roupa extra para os adultos, pois crianças golfam, vomitam e até "escapam" no seu colo...). O outro adulto leva a mochila de fraldas, que até hoje não foi interceptada (acho que ficam com pena da gente!) e o Heitor leva sua mochilinha.

É interessante, para nós, mulheres, tentar colocar o essencial da nossa bolsa pessoal (a minha parece um buraco negro) em um ziploc, necessaire ou organizador, e levar na própria mala de fraldas. Eu faço isso sempre e facilita bastante. Leve a sua bolsa na mala despachada, dobrada. Isso incentiva a tolerância da companhia aérea, já que você pode argumentar que se trata da bagagem de mão dos dois pagantes (você e a criança) e mais a sua bolsa.

Segundo os sites da maioria das companhias aéreas, você pode levar na mão um agasalho, um travesseiro, a sua bolsa de mulher (risos) e a mala de mão. A menos que você sinta MUITO frio, dispense o agasalho e capriche nos travesseiros! Eu normalmente aperto eles em uma ecobag, daquelas maiorzinhas, para facilitar na conexão e no embarque.

ESSE monstro é a minha mochila de fraldas atual! Na verdade usamos ela nas viagens muito longas. Nela tem dois trocadores (como Ben era pequenininho, não colocávamos no mesmo trocador), os remédios de febre, cólicas, termômetro, saquinhos com roupinhas extras, fraldas, cobertores para os dois, lanches, mamadeira, lenços de limpeza, água, DVD/Tablet e fraldas para a viagem. Escolhemos essa porque é fácil de transportar, mesmo com muito peso (nas costas, deixando as mãos livres), e é bem compartimentada (facilitando achar cada item na hora da emergência).
Essa é a outra mala de fraldas que usamos. Ela é vendida no Brasil, o modelo é DAISY BAG, da marca Simply Good. Ela também é excelente para viagens de avião, bem compartimentada, com um trocador enorme que deixa tudo à mão. Tem diversos tipos de alças, o que facilita na correria das conexões...
 Esse é o trocador solitário! Nele vai apenas o básico para a troca, e você só precisa levar ele ao fundo do avião ou ao fraldário. 



Esses são itens muito úteis na hora de higienizar, sejam os brinquedos que vão à boca, seja a mãozinha suja, chupetas etc. O primeiro, importado, é um lenço para limpar chupetas, mordedores, mamadeiras ou copos. Logo abaixo, os lenços Kleenex Antissépticos, prometem acabar com 99,9% dos germes. Acima, os lenços "Hora de Brincar" da Johnson's, que pode ser passado na boca das crianças sem riscos. Abaixo, lenços médicos com álcool a 70% (são usados em laboratórios e ainda não achei deles para vender...) e por fim, o bom e velho álcool em gel a 70%!
Apertadinhos nessa ecobag preta, estão (acreditem!): um canguru, uma almofada ferradura de amamentação, e esse travesseirinho inflável pro Heitor! Na volta, o zíper quebrou. Não podíamos esperar outra coisa, não é? Vocês podem trocar o canguru pelo sling ou wrap, que ocuparia menos espaço na ecobag...

 

4. Brinquedos.

Claro que alguns brinquedos estarão dentro da mala de mão... Mas como sempre é bom levar alguns a mais do que aqueles que levamos na mala de mão, pois a criança estará fora do seu ambiente, e sempre é bom ter coisas "familiares" à mão para que eles se sintam aconchegados, enumerei aqui as nossas ideias para uma brinquedoteca portátil!

Tablets, DVD Portátil e os DVDs prediletos são úteis durante a viagem, mas também nos momentos de cansaço no destino! Não viajo sem os meus. Lembre-se dos carregadores! Coloque junto a sua câmera fotográfica, que não pode faltar.
Essa mochilinha é também um dispositivo de retenção para crianças (a chamada "coleirinha", apesar de não ser usada no pescoço...). Nela o Heitor leva seus Imaginext e outras miniaturas, que servem para distrair ele em toda a viagem! E não ocupam espaço! Importante contar todos antes de sair de casa e conferir sempre...
Livros de pintar são baratos, podem ser achados em qualquer lugar, e ocupam pouco espaço.

Incentive seu filho a ler como brincadeira! Com isso ele terá seus livrinhos prediletos para a viagem...

Como Ben ainda não usava brinquedos na nossa última viagem, vou repetir a dica que dei quando viajávamos com o Heitor, ainda bebê: para bebês, dê preferência aos mordedores que tem algo que possa ser preso, para evitar que seu filho atire o brinquedo longe no avião!

Esse mordedor é uma pulseira com velcro e fica preso ao pulso da criança, mas sem machucar... Da Chicco.

Esse tem uma argola que pode ser presa ao seu relógio, ou até a roupa da criança! Da Fisher-Price.

Esse mordedor é ótimo, ele parece uma chupeta e o Ben DESTRÓI ele feliz! Pode ser preso a um prendedor de chupeta e à criança. Da RazBaby.

 

5. Passou da cota? Revise.

É importante montar as malas com algum tempo extra para revisar a bagagem. Você precisa do carrinho, ou pode pegar um emprestado, ou até mesmo comprar um superleve a um preço módico? A cadeirinha pode ser alugada ou emprestada?

Quando comprei uma das cadeirinhas do Heitor, busquei a mais leve disponível no mercado para facilitar o transporte em viagens. É uma Cosco, modelo CV3000II, de 9 a 25 kg, que pesa só 4,7 kg! O bebê conforto de Ben é um Burigotto, com 2,3 kg, e deixamos a base dele quando viajamos.

O carrinho que Ben usou até hoje em viagens é um Linea, da Voyage, de menos de 5 kg; como ele não cabe mais nele, vamos repassar e usar um Infanti, modelo Sunny, que é mais pesado: 7 kg (Muita gente pensa: "NOOSSA, que exagero, dois carrinhos??" - mas o mais surpreendente disso é que o custo desses dois carrinhos foi inferior ao de muitos carrinhos-passeio comprados em enxovais nos EUA! O primeiro custou 89 reais, e o segundo, 349 reais. Total, 438 reais, ou aproximadamente 219 dólares... E eu tive carrinhos leves e adequados para cada momento do meu filho! Parcelados de 10 vezes, e sem chateações na Receita Federal! Mas vou deixar essas reflexões para outra postagem...).

O carrinho de viagem do Heitor, um MacLaren de meninos grandes, tem 5 kg - em compensação, não reclina. O ideal é encontrar esse equilíbrio entre o conforto da criança e o peso da bagagem...

Se você viaja muito, pode ser conveniente analisar o peso dos itens antes de comprá-los.

Quando a cota da bagagem me permite, eu também levo essa cadeirinha dobrável de refeição, que pode ser útil em restaurantes que não dispõem de cadeirão (ou que tem cadeirões velhos e sem cinto de segurança!).

Se você revisou toda a bagagem e concluiu que, infelizmente, reduzir alguma coisa poderia implicar em reduzir o conforto das crianças, arrisque pagar o excesso. Bebês não pagam passagem, então o excesso pode ser considerado um "pagamento" pela viagem. Com o tempo, a bagagem vai reduzindo de tamanho e você vai percebendo o que é REALMENTE útil e essencial. E principalmente, o que é útil e essencial para vocês, e em cada passeio em especial. Porque cada mãe é única, cada criança é única, e cada roteiro tem suas peculiaridades!

Espero que todos os leitores dessa postagem voltem depois de suas viagens, para deixar uma nova dica sobre como otimizar uma mala com crianças! Estarei aguardando! :)


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Criando filhos sem babás.

Cena do filme Não Sei Como Ela Consegue, com a Sarah Jessica Parker, sobre a louca e linda rotina de uma mãe "malabarista". Foto: Divulgação.

Bom, a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional que deu às empregadas domésticas novos direitos é, certamente, a centelha que acendeu em mim a vontade de escrever esse post, mas não foi o motivo de, hoje, eu não ter uma babá.

Sim. Eu não tenho absolutamente nenhuma babá. Morando a 5.000 km da família. E sobrevivo.

Dar detalhes de como passei da super assistência de Vivi, a primeira babá de Heitor, para "ninguém" demandaria contar uma história muito longa. A verdade é que não é NADA fácil achar uma boa profissional, que assegure o bem-estar do seu filho na sua ausência, zele pelo desenvolvimento dele, higienize tudo que precisa ser higienizado e respeite suas diretrizes e as regras da casa.

Fui gradativamente me armando de estratégias para prescindir cada vez mais das babás, já que as "febres de cinco dias" e "viagens urgentes sem motivo informado" delas costumavam me deixar sem braços e pernas. Hoje, lido bem com a falta de uma babá, e tentei enumerar, ilustradamente, como fiz isso. Minhas dicas não implicam necessariamente em dispensar a babá, mas em viver bem com seu filho apesar delas, em viagens, no fim de semana e afins!

1. Modifique as rotinas.

Você leva a babá ao shopping? Ao restaurante? Ela coloca seu filho para dormir? Substitua a rotina atual por novos rituais. Acredite, você apenas se habituou a fazer as coisas de um jeito, e seus filhos também. Mudar os hábitos vai criar stress por algum tempo - afinal, eles estavam acostumados a fazer as coisas de um jeito - mas eles acabam se adaptando. Mesmo que sejam pequenos, explique a eles com calma que agora as coisas serão diferentes, e peça que eles lhe ajudem. Aos poucos, as coisas se assentam.

Eu saio bastante com os meninos, porque viajo muito e não tenho parentes na cidade em que moro. Fazemos supermercado juntos, vamos a lojas e consultórios. Aprendi a respeitar o fato de que são crianças (choram, sentem cansaço, querem correr e brincar), e administro isso não abusando da boa vontade deles, distraindo, entusiasmando e controlando. No início é difícil, mas com o tempo, tudo se acomoda. Acreditem.

Essas são algumas fotos de momentos "driblando a falta da babá", para ilustrar nossa "vida flexível":

Supermercado com dois: um dorme no canguru, o outro dirige o carrinho atrelado ao carrinho do supermercado... Foi difícil tirar ele daí!

Precisa ir a academia em dias sem aulas na escola? Sempre dá para pedir um jump emprestado para distrair a prole! Mas antes, explique a ele que não pode pular muito alto, para não se machucar... Outras opções: bolas grandes de Pilates e colchões de abdominal, com brinquedinhos dele em cima! Também funciona pedir para ele fazer uma tarefa, como limpar o aparelho depois que você usar, contar o número de repetições, ou segurar a água da mamãe e lembrá-la de beber... Funciona! O Heitor até me dá parabéns quando termino! :D

Juro que não foi maldade minha. Ele quis ir assim, provavelmente com ciúme do irmão... Foi feliz, mas atacou um bolinho aí dentro.

O carrinho é seu amigo! O cadeirão é seu amigo! Acredite, bebês podem dormir bem na barulheira - no caso do Ben, dorme melhor do que no silêncio... Fique a postos para ir embora se ele não reagir bem, mas arrisque!

Se o marido puder ficar com um dos filhos, seja solidária e leve o outro com você.

O bebê-conforto também é seu amigo, mas tenha cuidado para ele não ficar em falso e cair com a criança dentro.

Cadeirão em restaurante na Venezuela. Essa almofada atrás foi o garçom que improvisou, porque "achou que ele ficaria melhor assim". É impressionante como as pessoas são solidárias quando você está só com a prole, mas é bom ser sempre simpática e pedir desculpas caso a criança incomode...

 

2. Arme-se de acessórios e estruture seu espaço.

São muitas coisas no mercado, a maioria importada, cuja função é deixar a sua vida mais fácil. Muitas parecem inúteis, mas tudo depende das suas necessidades, da sua rotina.

Muitas pessoas dispensam carrinho e carregadores (como wrap, sling ou canguru), porque estão sempre cercadas de parentes e amigos para ajudar com o bebê. Outras não são a favor do uso de microondas com bebês. Para as suas escolhas, existem acessórios úteis que lhe auxiliarão a administrar as crianças. Decidiu não usar esterilizador de microondas? Compre um alarme de cozinha, útil para não esquecer as mamadeiras no fogo enquanto fervem. É só buscar um pouquinho, que itens bem interessantes aparecem! Um aspirador de pó resolve as migalhas de pão no sofá, um "sekito" resolve a meleira no chão quando o iogurte cai. Busque seus acessórios.

Eu, por exemplo, não gosto de usar banheira. Dou banho em Ben no chuveiro, e dei banho no Heitor assim também quando bebê. Tiro a roupa e entro com ele, dou o banho no meu colo e, antes de sair do banheiro, visto o meu roupão para sair para vesti-lo. É o meu jeito, é o jeito mais rápido e prático para mim. Por outro lado, deixo a banheira a postos caso alguém mais precise dar o banho.

Vou publicar apenas alguns itens que acessoram hoje a minha rotina, mas estou às ordens para dar dicas a quem tem uma rotina diferente:
Essa bacia pequena fica o tempo todo no meu banheiro. Serve para jogar rapidamente as cuecas sujinhas de Heitor e roupinhas manchadas de Ben, para que eu possa passar uma água depois, durante o meu banho...

Esses espelhinhos são ótimos para mães como eu, que andam com as crias para cima e para baixo, mas não gostam de tirar o olho delas! O Benício tem um espelho extra, para fazer um jogo de espelhos, que tem uma lampadinha e canções acionadas por um controle remoto...
Seu filho come sozinho? Se não, tente ensinar ele a se virar. Mas ser positivo para ele e uma folga para você. Mesmo que demore, faça alguma sujeira, o tempo gasto para passar um aspirador no arroz caído é menor do que o gasto para dar a comida na boca!


Essa panelinha me quebrou muitos galhos nas papinhas de Heitor! Serve para cozinhar legumes no vapor no microondas. E é baratinha.

Eu não canso dos carrinhos. Minha coluna dói muito, então eles me salvam constantemente. Prefiro os relativamente baratos, para que não tenha pena de vendê-los e comprar novos carrinhos, mais adequados à fase em que as crianças estão ou à nossa rotina. Atualmente, temos dois de passeio, para viagens, e esse duplo (o Benício está escondidinho na cobertura), para usar mais dentro da cidade (ele não tem fechamento "guarda-chuva", mas tem bom peso e é fácil de fechar e abrir!). Hoje comprei um conector que prende os dois carrinhos-passeio, para viagens, mas ainda não experimentei.

O Heitor está em desfralde, então compramos o penico musical. Como as vezes ele não chegava a tempo no penico, compramos um outro (verde) mais baratinho, para ficar mais afastado (na foto, a boneca está usando...). Ele gosta mais do baratinho, e eu poderia ter comprado 10 dele com o preço do azul... A dica é: invista nos baratinhos, e espalhe pela casa. Desfralde é sempre barato e prático!
Cadeirinha que vibra vira cama no quarto da mamãe, na sala, e onde mais for... É brinquedo, é momento relaxante para você. Eu amo.
Mamadeiras lavadas, 200 mL de água, 5 min de microondas, e está tudo pronto. Infelizmente, não posso me dar ao luxo de abrir mão do microondas... Ele salva meu sono.
Isso é uma jarra de vidro graduada com água filtrada, no microondas por 11 minutos (borbulhando por 5 minutos). É assim que preparo a água da mamadeira na minha correria. Ao usar o microondas, é preciso lembrar de obedecer o Tempo de Espera.
Esse cestinho fica "flutuando" pela casa. Serve para trocar Ben quando não posso me deslocar ao trocador, porque estou vendo Heitor fazer outra coisa, ou quando ele dorme no meu quarto... Há fraldas em pelo menos três pontos da casa...!


Esse mixer, da Cousinart, é 3 em 1: é processador, batedeira e um "mini-liquidificador". Faz milagres na hora da papinha. Cortamos as verduras, cozinhamos na panelinha, e o mixer vai dentro da panela, quente mesmo, apenas triturando em modo "leve/low" as verduras difíceis de amassar no garfo. De lá pro pratinho, que tem tampa e também vai ao freezer e microondas. Usamos também esse "misturador" da Black&Decker, que dilui o leite artificial em segundos, já que Ben tem refluxo e precisa de leite engrossado duas vezes ao dia, e o aquecedor de papinhas, para papinhas congeladas (uma cuba de gelo com tampa serve bem para congelá-las), para leite materno congelado e tudo mais que for necessário (já usei até para esterilizar mamadeiras, como contei em posts mais antigos...).

Comprei esse tira-manchas portátil quando viajei para fazer o enxoval de Ben. Mas já vi similares sendo vendidos no Brasil. Deixe na bolsa e use quando eles se sujarem em saídas: isso facilita a lavagem de roupas depois!

O amigo de 10 entre 10 mães sem babá! Limpa golfadas do chão, limpa o cadeirão e a mesa depois que eles comerem, limpa o xixi que escapou. Panos umedecidos descartáveis com desinfetante para limpeza. Existem outras marcas.


Tenho vidrinhos de álcool 70% espalhados pela casa. Eles ajudam a limpar um brinquedinho antes de ir à boca, ajudam a "limpar as mãos" rapidamente quando não dá tempo de ir até o banheiro lavá-las...

Odeio essa ideia de que a TV é a "babá eletrônica". Se a programação é controlada, a TV é fonte de informação e uma aliada. Controle a quantidade, dose com brincadeiras e saídas ao ar livre, e tenha momentos de sossego ao som de "Amigo, estou aqui"!

Resisti, mas acabei cedendo. Eles são a geração Touch-Screen. O Tablet foi presente do avô, é da Disney-Tec Toy. Tem apenas Wi-Fi, mas é controlado. Tanto o ACESSO como a quantidade de USO. Ótimo para consultórios médicos!

 

 3. Organize-se.

Não tem jeito: tudo depende se organização. Nada funcionará sem regras básicas e ajuda de todos os membros da casa, inclusive das crianças. Faça listas, use Apps no celular, alarmes, post-its. Estabeleça os horários e o modo de fazer as coisas, mas deixe tudo flexível (todos podem dar o remédio se chegou a hora, mas, p. exe., devem registrar isso em um quadro branco na cozinha).

Se a coisa não der certo de um jeito, tente de outro. Leia, descubra outros jeitos, ouça ideias que deram certo. Toda essa organização só vai ajudar seus filhos no futuro, vai ensiná-los que nem sempre alguém fará as coisas por eles. Ganharemos, apesar do cansaço que sentiremos, no exemplo dado!


Nada de centralizar. Aqui em casa a rotina das crianças é pública. Isso evita que algo distraia quem é responsável pelo controle da rotina, e algo não seja feito. Todos em casa incorporam os horários e a coisa flui. Fita dupla face para parede, um quadrado de EVA e uma folha de papel. O lacinho vermelho é só para ficar "cute"... :)

Esse é o nosso banheiro inclusivo. Nele, o Heitor usa o vaso, lava as mãos e escova os dentes "sozinho" (vez ou outra precisamos acessorar para ter certeza de que tudo foi feito...).
O outro banheiro tem essa toalhinha que ele adora: eu costurei uma fitinha para ficar mais fácil dele pendurar no ganchinho!
Uma forma de evitar que sua casa fique de pernas pro ar com brinquedos é delimitar o espaço para brincar. Como nem sempre as fronteiras são respeitadas, como a foto demonstra, e o Buzz Lightyear inventa de visitar o sofá, as vezes é preciso parar tudo e levá-lo para recolher todos de volta. Cestos pequenos identificados, separados por tipo de brinquedo (trens, carros etc) facilita que eles entendam onde vai o quê.
Esse App (Share Timer) avisa quando já se passou o tempo para troca de fraldas, mamadeira ou sonequinha. Útil para os momentos de cabeça muito cheia...
Esse App (iBebê) faz um diário da rotina do bebê. É chato de alimentar, mas pode ser útil para lembrar a hora em que o remédio foi dado.

Por fim, esse App (Lembretes) serve pra qualquer coisa. Tem alarme e pode ser programado rotineiramente.
Mais um exemplo de inclusão de brinquedos na organização da casa. Convém a criança deixar tudo organizado aí também.
Na rotina daqui de casa, as mamadeiras e a água são fervidas normalmente à noite, e uma mamadeira com água já fervida e filtrada, além do pote com leite em pó já separado, ficam já a postos, prontos para serem usados. A última pessoa que deu a mamadeira é responsável por encher a próxima.

A internet também é minha amiga. Há muitas mães na mesma situação que também compartilham dicas fantásticas. Uma rápida pesquisa no Google pode levar a empresas que fornecem coisas prontas (até papinhas orgânicas prontas!), receitas de papinhas rápidas, cardápios, dicas de itens, sugestões de roteiros e passeios com crianças... Em um clique!

 

4.Visite berçários e escolas e analise o que tem à disposição para os horários de trabalho.


Existe ainda no país um grande preconceito com os berçários, como se a mãe que deixa o filho lá estivesse "abandonando-o". É estranho, porque deixar o filho em casa com uma babá não passa essa impressão. Preconceito entranhado.

Hoje existem berçários excelentes e escolas em turno integral maravilhosas. Neles, as crianças tem excelentes refeições frescas, com cardápios controlados por nutricionistas; praticam esportes, brincam com monitoras preparadas. Muitos berçários tem circuito interno de TV, e informam detalhadamente aos pais a rotina da criança na sua ausência.
 
A verdade é que, de um jeito ou de outro, é sempre difícil deixar os filhos com terceiros para trabalhar.

Se não há como, dentro da sua estrutura familiar e carreira, um dos pais deixar o trabalho para cuidar das crianças nos primeiros anos, e se não há uma "casa da vovó" onde deixá-los, é preciso procurar o que o mercado local oferece de melhor. Se for uma babá, estruturar a própria rotina e dar conta sozinha dos  filhos fará você saber o que exigir dessa profissional. Ela fará exatamente aquilo que está predeterminado, e durante o período em que você estiver fora. E você poderá continuar cuidando das crianças nos horários livres, como forma de conhecê-los.

Decidi usar assim dos serviços de berçário desde que viajei com o Heitor, já sem babá, e me atrapalhei imensamente fazendo tudo. Uma babá, nessa época, não podia faltar sem que eu enlouquecesse. Daí porquê dominar a rotina dos filhos pode ser uma libertação!

Ninguém precisa ser refém da babá, nem fazer da babá refém...

5. Aceite que nem tudo precisa ser perfeito.


Me chama a atenção como todo mundo acha óóóótimo o modo estrangeiro de não necessitar de empregados domésticos, mas ninguém cogita dar um suco de caixinha ao filho, ou dar nele um banho fora do horário pré-estabelecido.

A regra é simples: relaxe. Se você vai administrar sua carreira, sua casa, seus filhos, precisa entender que nem tudo deverá sair perfeito. Se um dia um deles tomar o banho mais tarde porque dormiu demais a sua soneca, não será o fim do mundo. Eventualmente, seu marido vai esquecer de encher a mamadeira, e a água estará quente para servir rapidamente: é preciso relaxar, para poder ter a ideia de trocar a ordem das refeições e dar a fruta antes do leite.

Seja flexível, seja adaptável, e descobrirá que viver assim pode ser gostoso e produtivo.

6. Passa. Felizmente, e infelizmente.


 Às vezes a coisa estoura e vocês ficam por um fio. Às vezes todos brigam. Às vezes os meninos não obedecem e você perde a calma. Muitas vezes você não sabe o que fazer. Eles fazem cocô ao mesmo tempo e você não sabe quem limpar primeiro. Eles choram ao mesmo tempo e você quer se trancar no quarto.

Seu cabelo e suas unhas ficam um tempão sem ver o salão, você passa tempo demais de camisola. Sua roupa fica golfada com frequência. Se você consegue uma pessoa de confiança para dormir com as crianças, você sai; senão, você passa muito tempo sem ver a rua à noite... Você usa seu cabelo preso com mais frequência. Evita saltos. Não come direito. Afasta-se dos amigos. Você esquece de malhar.

É difícil. Com organização, é possível driblar essas problemas, e achar um horário para malhar às 09 da noite ou às 06 da manhã. Aumente o tempo de berçário e se dê algumas horas.

 É preciso incluir também na organização dos filhos a organização das suas necessidades. Exercícios, alimentação, beleza, algumas horas escrevendo em um blog...

Muitas vezes você esquecerá de si mesma, e estará em casa, durante a doença do seu filho, descabelada e mal vestida. E se arrependerá.

Não se arrependa. Tudo passa. Eles crescem, e amadurecem. Eles precisam menos dos pais por volta dos três anos. Parece que nunca vai chegar, mas quando chega, você acha que passou rápido demais... E conclui: vale a pena. Você conhece seu filho e ele lhe conhece. Você sabe interpretá-lo, sabe controlar sua raiva, sabe lidar com suas frustrações. Sabe o que ele consegue e não consegue fazer. Sabe respeitar sua personalidade. Você aprende a ler seu filho de uma forma intensa.

Essa é a minha maior dica para quem decide não ter babá: TUDO ISSO PASSA. Curta o que é bom, respire e abstraia a parte complicada. Drible as dificuldades com a tarimba de uma malabarista. Viva os primeiros anos do seu filho e verá que rápido demais, sua vida estará de volta às suas mãos. E você, pasmem, sentirá saudades de quando ele subia nas estantes e lhe fazia arrancar os cabelos...